quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Uma palestra inesquecível




"Uma vez peguei um táxi e o motorista falou, quando soube a minha profissão: 'Ué, pensei que só tivesse cientista no Japão e nos Estados Unidos..."
Foi dessa forma descontraída que Stevens Rehen, presidente da Sociedade Brasileira de Neurociência e chefe do Laboratório Nacional de Células Tronco Embrionárias da UFRJ, começou sua palestra, no último dia 1o, na EDEM. O evento abriu oficialmente a Semana das Ciências da escola e lotou a capela: alunos, pais, professores e funcionários. A palestra, de duas horas, passou rapidamente e foram muitas as perguntas da plateia, sobre os assuntos abordados: longevidade, células-tronco, clonagem de animais domésticos, gametas, neuroeducação, a importância do sono, cinema e ficção científica, entre muitos, muitos outros.


Foto: Cristina David

Para ele, foi uma oportunidade sensacional falar para um público tão heterogêneo:

- Dar palestras e participar de debates é uma obrigação do cientista. Para mim é assim. Uma obrigação prazerosa, diga-se de passagem. Acabei crescendo com as questões levantadas. O público era heterogêneo mas muito interessado, então foi um prazer mostrar a importância da ciência para a sociedade e tentar despertar novos talentos. Acho fantástica a ideia de haver um evento sobre ciências na escola e acredito que todo esse conhecimento adquirido no evento todo, com tantas atividades e temas distintos, vá mudar muito a cabeça destes alunos que aqui estão. A gente está ávido por ciência e ela está acontecendo.





Stevens gosta de ideia de mostrar que a ciência está mudando o mundo e vai possibilitar mais escolhas no futuro. E acha fundamental que a sociedade esteja preparada e educada em relação à ciência.

- É importante mostrar que tem ciência acontecendo no Brasil e tentar desmistificar um pouco a ideia do cientista como pessoa reclusa, esquisita. Isso já está diminuindo e espero ter contribuído para atrair pessoas para pensar em ciência como opcão profissional. É importante ter essa oportunidade e situar a ciência como um estilo de vida que é importante para a sociedade como um todo.




E ser cientista, é fácil?
- Não, não é fácil. Tem que querer que a ciência tome conta da sua vida - e digo isso de uma forma totalmente positiva. É mais do que trabalhar de 8h às 17h. É pensar continuamente em ciências, numa hora de lazer, durante uma atividade com a família. A pessoa que quer trabalhar com isso tem que unir percepção, empreendorimento e pesquisa, tudo ao mesmo tempo. O Brasil é carente em estratégias em ciências. Uma informação legal é que foi divulgada uma pesquisa recentemente que a engenharia biomédica é uma das áreas mais promissoras do mundo. E isso acontece, muito, porque o mundo melhora com os avanços da ciência - explica.




terça-feira, 7 de outubro de 2014

Variedade e qualidade!


Termoscópio de Galileu, Vacinas, Bomba espiral, conservação de massa, vacinas, DNA invenções dos últimos séculos, astronomia, Mata Atlântica, energia, cientistas que mudaram ideias... Os temas foram muitos e as apresentações dos alunos no Circuito Exposição da Semana das Ciências, da Educação Infantil ao Ensino Médio, marcaram pela variedade e pela quantidade de informações!






 
 

















Fotos: Cristina David, Pedro Monteiro e Mariana Claudino

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Click!





Um dos destaques do Circuito Exposição da nossa Semana das Ciências, que aconteceu no último dia 4, foi a sala ambiente "Assim é se lhe parece", que ficou conhecida como "sala do selfie". No mesmo espaço de trabalhos feitos por alunos dos 8o e 9o anos do Ensino Fundamental 2, que contaram a história da fotografia, o público presente no evento pôde interagir e tirar fotos que eram automaticamente postadas no Instagram da EDEM. O resultado foi um sucesso: a sala ficou lotada o dia inteiro e muitos "clicks" foram feitos. A atividade foi realizada em parceria entre as professoras Cristina Simões, de Artes Visuais; e Luiza Peralta, de Informática.



A produção dos alunos também foi muito elogiada.

- A ideia do trabalho que fizemos com eles foi pesquisar a história da fotografia; entender a foto como descoberta científica. Fizemos algumas produções, chamadas de "caixas-pretas", uma brincadeira com as caixas usadas antigamente na época da revelação das fotos - conta Cristina Simões.

Além dos trabalhos das caixas, a professora também desenvolveu duas exposições de fotos com os alunos: os do 8o tiraram "selfies" e os do 9o fizeram "braggies". E o que é braggie?

- Braggie é uma espécie de "prima" do selfie. A braggie é uma foto que tem um tipo diferente de ângulo; é postada para causar inveja nos amigos nas redes sociais, como um foto tirada pela própria pessoa aparecendo em uma praia paradisíaca, por exemplo. A ideia desta sala ambiente foi mostrar a rapidez de uma foto hoje em dia. Enquanto antigamente era preciso esperar dias por uma foto revelada, hoje as nossas fotos são postadas em segundos. Trazer essa percepção das ciências para os dias atuais é fundamental - explica ela.

Enquanto alunos de 8os anos tiraram selfies para a mostra da sala-ambiente, os do 9o ano produziram braggies, mesmo que fosse em programas com fotos sobrepostas em cenários e situações com essa proposta.



Clarice Pessoa, de 13 anos, aluna do 8o ano, ajudou alguns amigos de turma a aplicar fotos em outras fotos, estava feliz com o resultado do seu trabalho de selfie:

- A minha geração não sabe esperar, pensa de uma maneira imediata. Foi legal entender que o processo da fotografia já foi muito diferente e mais demorado. Gostei demais de participar disso.

Para ver todas as fotos tiradas na sala-ambiente, clique aqui

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Célula adentro

 
 
Durante as atividades internas da Semana das Ciências da EDEM, alunos do Ensino Fundamental 1 se divertiram com "Célula adentro" e "Na trilha do DNA", jogos elaborados através da parceria entre a Fiocruz e a UFF.
 
 
 


Você sabe o que é etnoastronomia?




Etnoastronomia é a ciência que estuda, através dos hábitos de um povo, seus conhecimentos astronômicos. Durante a Semana das Ciências da EDEM, os alunos do Ensino Fundamental 1 foram brindados com a palestra de Daniel Renaud, com o tema ""Etnoastronomia: o céu segundo os povos indígenas brasileiros".

- Os povos indígenas associam constelações sazonais a estações do ano. Para eles, o verão é chamado de "homem velho", o outono de "veado", o inverno de "ema" e a primavera de "anta" - explica Renaud, que é aluno do curso de Ciências Ambientais da UNIRIO, monitor e estagiário na mesma instituição, além de professor e pesquisador nas áreas de Ciências, Cultura Popular e Educação Ambiental do Projeto Social CPF - Construindo e Preparando o Futuro.


Constelação da Anta


As constelações indígenas têm funções muito parecidas às das constelações que conhecemos: identificar as estações do ano e servir como pontos de orientação, além de marcar a passagem do tempo.
 

Foto: Cristina David


Na palestra, Daniel mostrou aos alunos que os índios associam as quatro estações da Lua a épocas de plantio e colheita de alimentos:

-Pela etnoastronomia, a Lua crescente é boa para plantar culturas que nascem acima do solo, como feijão, tomate, milho e abóbora. Já a Lua nova é ótima para folhas e ervas, enquanto a Lua Cheia é perfeita para a plantação de raízes, como batatas, mandioca e beterrabas.

Hoje, dia 4 de outubro, Daniel Renaud dará uma oficina sobre o estudo dos minerais (rochas e minerais). Venha!

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Minhoca, minhoca!

 
 
"A gente pode pegar as minhocas?". Foi essa pergunta que Manfred Bert Broschart, formado em paisagismo e fundador da Minhocário Arboreum, ouviu dos alunos do Grupo 5 da Educação Infantil da EDEM, na última terça-feira (os pequenos do Grupo 2 também puderam participar da atividade). A empresa é especializada na produção e aplicação de adubo orgânico vívo - húmus de minhocas - e na execução de campos de futebol e outros gramados esportivos. Manfred mantém o minhocário com as espécies Vermelhas da Califórnia, com venda de húmus e de matrizes de minhocas para produtores e interessados, além de desenvolver projetos educativos e promove cursos sobre minhocultura e adubação orgânica.

- Fiquei impressionado com o nível das perguntas dos alunos. Eles são tão novos e tão envolvidos e interessados... O evento é interessante até mesmo para adultos, ainda mais mais para crianças - disse.
 
 
 
 




quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Protozoários, células, bactérias e vírus


Na última terça-feira, 30, os alunos de 7o e 8o anos da EDEM tiveram uma atividade bem especial com o físico Paulo Colonese. Mestre em Educação Matemática pela Universidade Severino Sombra, ele é Assessor Técnico do Museu da Vida e da Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz). Na Semana das Ciências da escola, ele coordenou as atividades "A descoberta dos microorganismos (Leewenhoeck e Hooke) e A Descoberta dos Vírus (das hipóteses até a visualização).
 
 
- Na primeira oficina foi bem legal, os alunos estavam muito interessados, até porque estão estudando sobre microorganismos. Então meu enfoque foi falar sobre aspectos históricos, de como se chegou a estas descobertas e também esclarecer um pouco o universo de dimensões dessas escalas. Porque a gente fala em microorganismos, mas há uma diferença gigante entre tamanhos e formas... e isso que dificultou a descoberta. No século 17 houve a descoberta dos primeiros microorganismos, os protozoários, que eram gigantes. A partir daí, com o aperfeiçoamento, você chega às células, animais e vegetais, e bactérias. E hoje, nos últimos 50 anos, a gente chega nos vírus, que são partículas menores ainda. Então eles tiveram noção desse escalonamento, do tipo de microscópio que foi necessário... O vírus, por exemplo, só é visto com microscopia eletrônica - conta Colonese, que também é coordenador dos módulos interativos e participativos de Matemática do Espaço Ciência Viva e investiga tema como Educação em Ciências e Educação em tecnologias de informação.
 
 

Foto: Pedro Monteiro
 
 
Na segunda oficina, o enfoque o assunto nos vírus:
 
- Na atividade dos canudos a gente construiu, com os canudos, um modelo de vírus. Cada grupo funcionou como se fosse uma célula que tivesse sido contaminada pelo vírus da dengue. O que o vírus da dengue faz? Nada. Ele só joga o código genético dele dentro da célula. E os estudantes aqui, que são a célula, fazem tudo: produzem as proteínas do vírus, a partir da receita do vírus, que no caso aqui está sendo representado pelos canudos. Com as proteínas produzidas, elas começam a se juntar formando as estruturas para formar o capsídeo de um novo vírus. A ideia é eles perceberem isso, eles entraram no processo de destruição sem perceber.
 
Para ele, um evento como a Semana das Ciências é fantástico:

-  É fundamental que os alunos façam esse contato com pesquisadores e cientistas renomados. Pena que nem todas as escolas façam isso. Que bom que a EDEM faz.